Nasci num tempo de fome
Nada matava minha fome
Nem o homem que eu matava
Nem a casa que invadia,
nem a despensa que saqueava,
nem a vingança que me dominava.
Nasci no tempo da fome,
no tempo da guerra
a terra tremia ,
sob meus pés
todos fugiam,
minha fome me perseguia,
quanto mais eu matava,
mais fomes tinha,
quanto mais me vingava,
do tempo de prisão,
mas matava,
meu pai, meu irmão,
matava minha mãe,
que me abandonara,
matava mães,
que não conhecia,
irmãs que não tinha,
tias que nunca vi,
avós que me virava o rosto na rua,
avôs que me espancava e cuspiam-me.
As latas de lixo, cansei de revirar,
Em busca do pão de cada dia,
Usava roupas que não me cabiam.
Abaixava em subserviência,
na ausência de quem me apoiava,
fui queimado dormindo na rua,
espancada em cada esquina,
tenho fome de governo,
fome de senado,
fome de quartel,
quantos soldados me satisfarão a gula?
Nasci na senzala da fome em pleno
ano2000.
Nada matava minha fome
Nem o homem que eu matava
Nem a casa que invadia,
nem a despensa que saqueava,
nem a vingança que me dominava.
Nasci no tempo da fome,
no tempo da guerra
a terra tremia ,
sob meus pés
todos fugiam,
minha fome me perseguia,
quanto mais eu matava,
mais fomes tinha,
quanto mais me vingava,
do tempo de prisão,
mas matava,
meu pai, meu irmão,
matava minha mãe,
que me abandonara,
matava mães,
que não conhecia,
irmãs que não tinha,
tias que nunca vi,
avós que me virava o rosto na rua,
avôs que me espancava e cuspiam-me.
As latas de lixo, cansei de revirar,
Em busca do pão de cada dia,
Usava roupas que não me cabiam.
Abaixava em subserviência,
na ausência de quem me apoiava,
fui queimado dormindo na rua,
espancada em cada esquina,
tenho fome de governo,
fome de senado,
fome de quartel,
quantos soldados me satisfarão a gula?
Nasci na senzala da fome em pleno
ano2000.
Daniel Silva Gomes
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