segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vovó Joana

Minha Vó era filha de escravos, nasceu durante a vigência da lei do ventre livre, portanto, “livre”, tinha verdadeira paixão pela Princesa Isabel, era de São Felix.
Dona Joana como era conhecida lá por Cachoeira e São Felix andava com seu eterno xale negro de crochê, alias usou luto ate sua morte, não admitia nenhuma roupa que tivesse a predominância do branco, lembro-me quando comecei a trabalhar dei a ela uma peça de tecido branco e preto, ela ficou muito emocionada com o presente, mas não fez um vestido apenas guardou-o minha prima Gilcélia, alias professora Gilcélia, me explicou o porque e eu dei outra peça preta e branca, assim era Dona Joana.
Quando ela vinha pra Bahia, ou seja como ela chamava Salvador, ficava em nossa casa, na casa de Seu Felipe, meu pai, homem branco e apaixonado por ela que a chamava de Minha Velhinha e Dona Vicentina minha mãe e filha casula de Vovó.
Ela trazia os apetrechos para fazer charuto, a faquinha de sete tostões, o fumo enrolado em papel de jornal e as folha nobres para encapar o charuto, e a cola feita com resto de pão que nos deixávamos, sentava num tamborete atrás da porta da rua e ficava vendo o movimento as pessoas que passavam nós que não ficávamos quietos em nenhum instante, as pessoas educadas que a cumprimentava e as que não.
Certo dia estava ela e eu quando uma moça branca que passava pela nossa rua já a bastante tempo e que morava num ruas atrás da nossa na Barros Reis passou e nem olhou para ela, ela deixou a moça se afastar e me disse: ”tão orgulhosa e mal educada mas você viu a taboca do nariz? Ali tem” eu devia ter uns 11 anos e achava a moça bonita por causa dos olhos esverdeados e dos cabelos louros, fiquei decepcionado porque Vovó derrubara o mito da perfeição que essa moca tinha pra mim. Passei a observá-la desde então, e já não a achava tão bonita, e até magoado porque ela não falava conosco, só fui resgatá-la num futuro próximo quando fiquei adolescente, e um “moreno” de não se jogar fora então ela passou a me dar bola, mas seu nariz ano me deixou se aproximar.
Vovó era uma figura fantástica contava historias causos de meu avô que era tocador de viola e festeiro.
Mas esses causos são pra outra ocasião.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pobre cidade

Ando na cidade,
que tristeza...
as praças do meu passado,
Passam por mim e choram
As ruas lamentam
sob meus pés negros
minha solidão,
Os olhos de hoje,
são outros,
Os pássaros são outros,
A lentidão dos movimentos
Foi substituída
Pelos passos apressados,
Assustados,
O pipoqueiro envelheceu
Mas o aroma é o mesmo,
Não sou mais a criança
que bebia a seiva da vida,
Hoje bebo o fel da saudade.
Flutuo pela cidade,
de cima dos meus
cinqüenta e cinco anos
Arrependo-me
de não sorrido tanto,
de ter me fechado em copas,
Não ter deixado o peito aberto
Para os abraços,
De não ter explorado
cada espaço da cidade,
De não ter olhado
cada rosto,
Os rostos de que me lembro,
Mudaram,
mas ficaram congelados
Numa lembrança de juventude
Que a realidade desmente,
Os defeitos
foram acentuados pelo tempo.
De cima de minha idade
Não vejo muito futuro:
As crianças
que continuam a nascer,
Deveriam trazer
Um sopro de vida,
Mas trazem
o signo da morte,
Jovens são despedaçados
pelo consumo das drogas,
Negros são chacinados,
Nos becos e guetos da cidade.
Ah pobre cidade,
Teu povo
ainda sorri
apesar
das tragédias diárias
que tu vês
Ainda faz festa,
Chora
ao enterrar seus mortos,
Pobre de mim
Que fui descongelado,
e jogado
no teu seio,
cheio de lembranças velhas
e de saudades novas.
Pobre cidade!
como posso pinta-la
se tuas paisagens
foram modificadas,
Como posso
te cantar
se não tenho
palavras novas,
Se meu vocabulário
se esgotou em
outras paragens
Pobre de mim..
pobre de nós.


Daniel Silva Gomes

Fome de tudo

Nasci num tempo de fome
Nada matava minha fome
Nem o homem que eu matava
Nem a casa que invadia,
nem a despensa que saqueava,
nem a vingança que me dominava.
Nasci no tempo da fome,
no tempo da guerra
a terra tremia ,
sob meus pés
todos fugiam,
minha fome me perseguia,
quanto mais eu matava,
mais fomes tinha,
quanto mais me vingava,
do tempo de prisão,
mas matava,
meu pai, meu irmão,
matava minha mãe,
que me abandonara,
matava mães,
que não conhecia,
irmãs que não tinha,
tias que nunca vi,
avós que me virava o rosto na rua,
avôs que me espancava e cuspiam-me.
As latas de lixo, cansei de revirar,
Em busca do pão de cada dia,
Usava roupas que não me cabiam.
Abaixava em subserviência,
na ausência de quem me apoiava,
fui queimado dormindo na rua,
espancada em cada esquina,
tenho fome de governo,
fome de senado,
fome de quartel,
quantos soldados me satisfarão a gula?
Nasci na senzala da fome em pleno
ano2000.

Daniel Silva Gomes

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O barco da fome

Ninguém viaja sozinho
Num barco à noite,
O céu oferece as estrelas
O mar oferece os peixes
O vento manda mensagens
Da mente
As lembranças o acompanham
O risco do barco no mar
Deixa as pistas
Deixam tristes
Os homens no cais,
As mulheres nas camas
As crianças na areia.
Ninguém viaja só
Num mundo cheio de dor,
Num mundo cheio de amor,
A dor acompanha
O mundo
O amor acompanha a guerra
E terra sofre
E as mulheres sofrem
a perda do dom da vida
os homens
o dom de procriar.
Ninguém viaja sozinho
Pela morte, nem pro norte
As crianças famélicas
Do mundo viajam com ele,
O pão é repartido,
As dores divididas,
E ele segue
E o mundo segue
Todos com uma fome de futuro
Todos com o medo
Da fome que virá
Todos solitários em sua barracos,
Seus acampamentos
Suas aldeias, suas vilas
Suas vidas.
Todos com medo de ser forçados
A comer seus filhos
Pra matar a fome do mundo
A fome de um mundo
Que derrete em seus dedos.
Ninguém viaja sozinho
No mar da fome que vem por ai,
Nem os políticos,
Nem os pacíficos
Ninguém.
Só eu que poetizarei
E morrerei
Empanzinado de palavras
Loucuras e sonhos.



Daniel Silva Gomes
03/05/2008

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A FALTA DE PESO DO TEMPO

A falta de peso do tempo
Sinto que meu rosto está velho de forma trágica
Minha idade colou no meu rosto de forma mágica
Meus sorriso ainda está no meu rosto de forma púdica
Meus olhos me olham no espelho de forma irônica
Cadê aquele homem que eu era?
Aquele menino que eu fora?
Aquele colosso de ossos?
Eu fui substituído por outro homem
Um gordo com ossos coberto
Por musgos
Flácido no rosto, menos tímido
Mais desavergonhado,
Um velhinho sem respeito
Pelos limites do tempo
Falo o que me vem à cabeça
Olho nos outros olhos
Com mais intensidade
Não me calo com facilidade
Meu medo se foi com o tempo.
Meus filhos cresceram,
Ficaram mais bonitos
Minha mulher radiou ainda mais
Segura a minha mão
E anda comigo...
No meu caminho de ida sem volta
Sinto que meu rosto está velho
de forma mágica
Minha idade colou no meu rosto
de forma trágica
Mas ainda consigo sorri e gargalhar como criança.

Daniel Silva Gomes

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Conto de Carnaval: o portugues e a cabocla

Seu nome era Antonio Felisberto Madeira de Melo um português legitimo, de Lisboa. Ele
estava passando o carnaval na Bahia, em Salvador. Se hospedava no Hotel da Bahia, no Campo Grande, ocupava um quarto 4ºandar, seu quarto descortinava para a praça do Campo Grande. Era um domingo de carnaval, cinco horas e quarenta minutos, e ele teve a visão mais, maravilhosa de sua vida, andando na praça, a morena, mais linda do mundo, cabelos longos negros como o azeviche, fantasiada de índia.
O que lhe chamou a atenção era o fato de que a praça estava fechada por tapumes de madeira, e ela estava lá dentro andando livremente... Antonio deixou imediatamente o quarto do hotel e com a fantasia dos Filhos de Ghandi foi até o porteiro da praca, Seu Osvaldo que guardava a entrada dos tapumes. Deseperadamente lhe disse que precisava urgentemente entrar na praça. Seu Osvaldo lhe disse que não tinha permisao de deixar ninguem entrar ... mas ele com uma nota de cinqüenta reais na mão venceu todos os escrúpulos de seu Osvaldo.
Entrou na Praça e a viu linda como um anjo, pele morena um cabelo negro longo e brilhante, olhos pequenos e negros, vestida com uma fantasia de bloco de índios, Apaches do Tororó, Comanches... era maravilhosa, aos pouco ele foi se aproximando, e ela desconfiada o olhava de soslaio. Qunado ele começou a falar ... com seu sotaque ela não só parou onde estava como o escutou.
Ele falou de si, de como se enamorara dela ao vê-la da varando do hotel, convidara , para lhe mostrar o carnaval da Bahia, que ele só ouvira falar, que pesquisara na internet, por isso identificara sua fantasia, etc.
Depois de se derramar todo, ela lhe disse que saia os três dias de carnaval sempre as dezoito horas e que só brincava até a meia noite e que preferia sair sozinha, que tinha trabalho a fazer no outro dia, mas Antônio não a escutava, falou de seu amor,ajoelhado aos seus pés recitou poemas de Fernando Pessoa:
Porque quem ama nunca sabe o que ama..Nem sabe porque ama, nem o que é amar...Amar é a eterna inocência, E a única inocência, não pensar...até que ela se cansou e sentaram no banco da praça, ele quis saber tudo sobre sua vida.
Enquanto isso lá fora o carnaval corria solto.
Amanhecia quando Seu Osvaldo se lembrou do português que tinha entrado no cercado e foi lá dentro e o encontrou dormindo sozinho no banco da praça; pensou: esses gringos são esquisitos, com uma cama boa no hotel, dorme logo aqui eu hein, acordou o portuga que saiu desconfiado e se foi pro hotel da Bahia.
Antonio não conseguiu pensar em outra coisa... só na morena durante o dia... não se lembrava quando adormecera na noite anterior, nem quando ela saíra, ela nem lhe disse o nome, passou o dia todo olhando da varanda do hotel para a praça do campo Grande, só via o vigia, e as pessoas do lado de fora do tapume, ouvia o som dos trios elétricos, perdeu o apetite, será que eu iria vê-la outra vez? Pensava.
No mesmo horário da segunda de carnaval ele a viu no mesmo lugar não pensou duas vezes, e se foi, seu Osvaldo o reconheceu e disse que desta vez não poderia deixa-lo entrar tinha ordens pra isso, mas duas notas de cinqüenta o fizeram ficar cego e o portuga tornou a entrar na Praça. Não precisa nem dizer que ela estava linda, porque ele não tirava os olhos de cima dela, que insistia que tinha que trabalhar no outro dia e que queria brincar pelo menos a segunda de carnaval, ele mais uma vez insisti que ela saísse da praça com ele que tinha um abada do Chiclete e que ela brincaria com ele que ele pagaria tudo que estava disposto ate casar com ela etc. então começou a recitar seus poemas que fizera para ela durante o dia: Queria que fosses feliz, Que andasses livre, Que dormisses calma, Que sua alma , descansasse, Em paz, No meu país. Que corresses livre, Nos prados, campos. Que teu encanto infantil, Pudesse fecundar Sempre os sonhos Das crianças, Que sorrisses sempre E que sempre amasses, Que não tivesses pedras no caminho...Que todo espinho fosse arrancado, Para que pissasses, com teus pés de princesa, E o belo, o macio, a beleza, Continuasse, Sempre aqui. É o que eu sempre quis, Que fosses feliz.
Mais uma vez ela desistiu de brincar e sentou no banco da praça.
Quando seu Osvaldo entrou encontrou mais uma vez o portuga deitado dormindo no banco, ficou penalizado; tão rico cheio de dindin e tão besta nem brincar o carnaval ele brinca, com toda complacência acordou o gringo que se foi pro hotel.
Na terça ele quase enlouqueceu de tanto pensar em como conquistar a morena. Pensou tenho um convite para um baile à fantasia no Yate Club, ela pode até entrar com sua fantasia de índia. Em vez de Fernando Pessoa ou meus poemas vou declamar poetas brasileiros, é vai ser assim, e esperou na varanda a chegada dela.
No mesmo horário ele a viu, o coração só faltava disparar de tanta emoção, vou pedi-la em casamento hoje, vou levá-la pra Portugal, vou dar-lhe tudo hoje essa rapariga não me escapa! Ele se vestiu com apuro, usando uma garbosa fantasia de fidalgo português, pensou só em brincar no baile do Yate Club com ela sua princesa índia.
Seu Osvaldo, nem tava pensando em pedir nada ao portuga, mas ele já veio com três notas na mão ai seu Osvaldo não disse nada apenas abriu o portão e ele entrou.
Ela estava parada com uma cara desanimada, sabendo que perderia, mas um dia de brincadeira, o ultimo dia..., ele começou pedindo-a em casamento. Dizendo ser dono de uma fortuna incalculável, que vinha de família muito rica, e que seus ancestrais tinham tido muitos negócios, em Macau, em Goa e inclusive no Brasil, e que ele a amava, que viveriam num castelo em Portugal servidas por quantas criadas ela desejasse.... e para provar que conhecia bem o Brasil e que o amava ele recitaria um poema bem brasileiro:
Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil Te deixo consternado No primeiro abril Mas não sê tão ingrata Não esquece quem te amou E em tua densa mataSe perdeu e se encontrou Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal ``Sabe, no fundo eu sou um sentimental Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar Meu coração fecha aos olhos e sinceramente chora...'' Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal! Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal ! Ainda vai tornar-se um imenso Portugal.
Seu Osvaldo nem se deu o trabalho de entrar ...porque logo os funcionários da Prefeitura iriam retirar os tapumes o carnaval tinha terminado...
Logo depois do meio dia os transeuntes que voltavam ao trabalho na quarta feira de cinzas viram um folião vestido de fidalgo portugues caído dormindo no banco da praça alguns curiosos se aproximaram, um deles notou que ele não respirava, e ao virá-lo viram que tinha uma flecha indígena enterrada no peito, ao olhar para cima para o Monumento a cabocla estava olhando pra baixo sorrindo.
Daniel Silva Gomes

sábado, 29 de agosto de 2009

A RESSURREICAO DO VAREJEIRA

Nessa noite, dia 17 de fevereiro de dois mil e nove tive uma experiência, literariamente marcante, vi e senti a ressurreição de Varejeira... sim o Varejeira, o personagem criado por Jô Soares em “ O Assassinato na Academia Brasileira”.
Vou contar o episodio:.
Naquela noite, eu ia para a cidade de Porto Seguro na Bahia, de ônibus, alias eu iria no dia seguinte, mas antecipei a viagem..., me despedi de meu filho na estação rodoviária, e entrei no ônibus, procurei meu lugar, poltrona 16, lá estava ele, (eu ainda não sabia que era ele, o Varejeira) sentado na poltrona 15, quando ele me viu aproximando olhou-me com uma certa hostilidade, afinal, eu iria ser a frustração de uma viagem com uma bela jovem turista ao seu lado. Logo eu um velho, cinco ponto cinco, sentado ao seu lado um velho de seis ponto seis .
Não sei se vocês sabem nada melhor para um coroa... para um velho do que viajar ao lado de uma jovem, onde poderia através de pigarreios... pedido de horas... comentários sobre o tempo... ou sobre a vigem começar uma longa conversa agradável até o sono sobrevir a ela, ele ter o prazer de sentir seu cheiro, e quem sabe até bolina-la, etc.
Mas ai entra eu e desmancho seu sonho.
A principio o Varejeira fez questão de abrir bem os braços, para tirar todo meu espaço no braço da poltrona que nos separava.
Quando o ônibus partiu e um filme começou a ser exibido, ele pegou o fone de ouvidos e se concentrou no filme me esquecendo, o filme Mulheres Perfeitas com a Nicole Kidman sobre uma sociedade perfeita onde as mulheres, eram perfeitas até que ela entrou e bagunçou tudo com seu ceticismo.
A essa altura o ar condicionado fez o Varejeira sentir frio e ele pegou o cobertor e se cobriu... eu cansado dormi, quando acordei os créditos do filme aparecia na tela da TV, e ele o Varejeira dormia ao meu lado...
De repente algo me fez o identificar, era ele Varejeira...ele baforou pro meu lado e eu senti aquele bafo que segundo Jô derrubava urubu em pleno vôo, e dobrava a esquina.
A principio eu pensei que era um eflúvio passageiro, depois foi impregnando todo meu lado da poltrona, então virei-me e na poltrona... ao lado estava uma jovem mãe com seu filho... que deve ter pensado, esse coroa é bem ousado não para de me olhar !
Quando vi que a direção do mau cheiro viria sempre pra mim desisti de dormir levantei a poltrona e fiquei sentado reto, melhorou um pouco.
Eu estava tão cansado que cochilava, quando acordava sentia o horrível fedor em minhas narinas.
Nestas horas o mecanismo de defesa começa a trabalhar. Eu pensava: eu podia ter uma injeção de tranqüilizante para fazer o Varejeira desmaiar, depois a lógica dizia se ele desmaiar a situação piora; depois pensava num veneno injetável, mas ai na autopsia, iam descobrir que ele morreu envenenado no ônibus, pelo ticket saberiam quem viajou ao seu lado, e eu seria preso; pensei me como um policial numa blitz expulsando-o do ônibus por atentado ao patrimônio particular dos passageiros, mas o único incomodado... com o patrimônio particular ofendido sou eu e meu nariz, não daria certo.
A próxima parada do ônibus era a de cidade Santo Antonio de Jesus, eu tinha esperança de que (varejeira ) com letra minúscula, voasse por lá desinfetando o ônibus. Esperei com vivida expectativa e que felicidade quando o ônibus entrou na estação rodoviária de lá chegou...saltei feliz esperando o vôo do inseto... esperei tomei um café, e vi desesperado que o inseto voltaria pro ônibus.
Na plataforma ele ficou me olhando meio de soslaio medindo-me de cima a baixo e se medindo, ele era baixinho eu tenho um e setenta e cinco mais uns quatro centímetro de meu tênis olímpico com amortecedor, ele deve ter me achado grande, tanto que no ônibus ele já não abriu as asas no braço da poltrona, ficou encolhido no seu canto.
Quando ônibus partiu de Santo Antonio, minha esperança estava a umas três horas de viagem á frente em Itabuna.. não precisa nem dizer que continuava pensando nas soluções mais bizarras para resolver o problema sanitário ao meu lado, entre um cochilo, e uma baforada eu ia resistindo bravamente a pestilente presença do inseto.
Ao chegarmos a Itabuna a frustração foi maior porque nem o inseto desinfetava o ônibus , nem os passageiros que normalmente soltam lá e deixam lugares deliciosos para os remanescentes, soltaram e o ônibus continuava completo, é o carnaval em Porto Seguro segurou todo mundo dentro do ônibus, e o inseto continuou a viagem ao meu maldito lado.
Desisti de sonhar com o seu extermínio e procurei me concentrar em meu plano para quando chegasse e Porto, tomar um banho demorado, desinfetar-me bem e dormir o dia inteiro.
Nas cidades à frente o inseto continuava no ônibus.... baforando.
Maldisse a hora em que troquei a passagem do dia dezoito para o dia dezessete... talvez no dia dezoito tivesse o prazer de sentar junto a uma jovem turista... e quem sabe essas palavras que hora escrevo tivessem sido escritas por outro otário.
Pois é espero que as autoridades sanitárias de Porto Seguro tenham exterminado o inseto, pra não contaminar e estragar o famoso carnaval de Porto.
Quanto a você Jô, vê se não cria mais personagem tão sujo e tão marcante.

*19 de fevereiro 2009
Daniel Silva Gomes

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Daniel Silva Gomes , nascido em São Felix Bahia, criado em Salvador, artista plástico,
Bacharel em Artes Plásticas
UFBA – Universidade Federal da Bahia / Escola de Belas Artes
Especialização em Planejamento em Técnicas de Ensino Superior
ABEC / UNIBA / AEM / FACULDADES MONTENEGRO
Artista Plástico, com diversas Exposições coletivas em Galerias, Salões e Bienais de Artes no Brasil desde 1979, sendo Premiado em algumas delas, Coordenador de Movimentos Artísticos e Culturais. Aluno especial do Mestrado em Artes Visuais EBA UFBA

OFICINAS

Oficina de Papel Reciclado “Arte da Reciclagem” – NUCAPP- Núcleo de Ciências Ambientais Projetos e Pesquisas.Mini Curso “Arte Educação” – I Forum de Educação do Extremo Sul da Bahia-Uneb/ Cefet/ Unisul Bahia-Instrutor

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

1979 I MOSTRA COLETIVA DE ARTES NO SALÃO DO JARDIM SUSPENSO - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA DA PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR - BA
1980 I LEILÃO DE ARTES PLÁSTICAS DOM CAMILO GALERIA DE ARTES - BAHIA OTHON PALACE HOTEL - SALVADOR - BA
1980 I EXPOSIÇÃO DE ARTES DOS EMPREGADOS DA ISOCINATOS - CAMAÇARI - BA
1981
I EXPOSIÇÃO DE ARTES DA ISOBRASA - CAMAÇARI - BA
1981 I EXPOSIÇÃO COLETIVA DOS TRABALHADORES PETROQUÍMICOS - SINDIQUIMICA - GALERIA MALHOA, GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA - SALVADOR - BA
1983 EXPOSIÇÃO BAHIA VERÃO 83/84 HOTEL MERIDIAN SALVADOR - BA
1984 III EXPOSIÇÃO DE ARTES DA ISOBRASA CAMAÇARI - BA
1986 MOSTRA FINAL DO CONCURSO DE POESIA E PINTURA DO SESI BA - MUSEU DE ARTES DA BAHIA - SALVADOR -BA
1986 EXPOSIÇÃO DE POESIAS E PINTURAS SESI -R J - RIO DE JANEIRO
1993 EXPOSIÇÃO DE ARTES SESI - ESPAÇO CULTURAL CASA BRANCA SESI- BA SALVADOR -BA
1994 EXPOSIÇÃO ARTE LIVRE - GALERIA 13 PELOURINHO SALVADOR - BA
1994 EXPOSIÇÃO COLETIVA ” RETALHOS TÃO PEQUENO DE NÓS DEZ” - CASA DO COMÉRCIO SALVADOR- BA
1995 EXPOSIÇÃO ”PERFEIÇÃO LIBERDADE DE EXPRESSÃO”
1997 I MOSTRA DE CULTURA E ARTES DO EXTREMO SUL DA BAHIA CEFET- BA UNED EUNÁPOLIS /PREFEITURA MUNICIPAL DE EUNÁPOLIS DEPARTAMENTO DE ARTES
1999 FEIRA DE ARTES E ARTESANATO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS
1998 COLETIVA DOS ARTISTAS PLÁSTICOS DE EUNÁPOLIS - EUNÁPOLIS - BA
2000 ARTISTAS NA PRAÇA PELO MEIO AMBIENTE - CEPEDES - EUNÁPOLIS - BA
2006 EXPOSIÇÃO COLETIVA “NOSSAS AFRICANIDADES”- CEFET-BA EU EUNÁPOLIS –BA
2007 II EXPOSIÇÃO COLETIVA “NOSSAS AFRICANIDADES”- CEFET-BA EU EUNÁPOLIS –BA
2008 III EXPOSIÇÃO COLETIVA “NOSSAS AFRICANIDADES”- CEFET-BA EU EUNÁPOLIS –BA
2009 I EXPOSIÇÃO COLETIVA "NOSSAS AFRICANIDADES" IFBA CAMAÇARI BA

SALÕES E BIENAIS DE ARTES

1980 I SALÃO SERGIPANO DE ARTES PLÁSTICAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - ARACAJU - SE
1981 SALÃO LIVRE DE ARTES DO FESTIVAL DE ARTES DE SÃO CRISTÓVÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - ARACAJU - SE
1983 I PRÊMIO PIRELLI DE PINTURA JOVEM - SALVADOR -BA
1984 II SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS PRESCILIANO SILVA - SALVADOR - BA
1985 SALÃO UNIVERSITÁRIO DA BAHIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - FEIRA DE SANTANA - BA
1985 II PRÊMIO PIRELLI DE PINTURA JOVEM - SÃO PAULO - SP
1986 SALÃO DOS RECUSADOS DA METANOR/ COPENOR SALVADOR - BA
1986 V CONCURSO DE DESENHO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA - BIBLIOTECA PUBLICA DOS BARRIS - SALVADOR - BA
1987 FESTIVAL UNIVERSITÁRIO DCE UFBA- CAMPUS DA UFBA SALVADOR - BA
1989 II SALÃO BAIANO DE ARTES PLÁSTICAS MAMBA - BA SALVADOR - BA
1991 II BIENAL NACIONAL DE SANTOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS - SANTOS - SP
1991 I BIENAL DO RECÔNCAVO CENTRO CULTURAL DANNEMANN -SÃO FELIX - BA
1993 II BIENAL DO RECÔNCAVO CENTRO CULTURAL DANNEMANN -SÃO FELIX - BA
1994 CONCURSO NACIONAL DE DESENHO E PINTURA, “DÊ CORES À FANTASIA” PROJETO EDUCAÇÃO ARTÍSTICA, STEADLER - RIO DE JANEIRO-RJ
1997/98 XIX SALÃO REGIONAL DE ARTES PLÁSTICAS FUNDAÇÃO CULTURAL DA BAHIA- PORTO SEGURO -BA
1998 I SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA COSTA DO DESCOBRIMENTO, CEFET-BA EUNÁPOLIS BA
1999 XX SALÃO REGIONAL DE ARTES PLÁSTICAS FUNDAÇÃO CULTURAL DA BAHIA- ITABUNA -BA
2001 XX SALÃO REGIONAL DE ARTES PLÁSTICAS FUNDAÇÃO CULTURAL DA BAHIA- PORTO SEGURO - BA

FEIRAS DE ARTES

1985 FEIRA DE ARTES DA ESCOLA DE BELAS ARTES,
1986
FEIRA DE ARTES DA ESCOLA DE BELAS ARTES,
1990 FEIRA DE ARTES DA ESCOLA DE BELAS ARTES,
1992 FEIRA DE ARTES DA ESCOLA DE BELAS ARTES,

MURAIS REALIZADOS

MURAL 10 ANOS DA PRONOR SEDE DE PRAIA SALVADOR BA
MURAL INTERNO NA ESCOLA DE BELAS ARTES EBA - UFBA
MURAL “ÁGUAS” NA BIBLIOTECA PUBLICA DA BAHIA BARRIS SALVADOR BA
MURAL “SONHOS” NO ESPAÇO INTERNO DO CEFET - BA / UNED - EUNÁPOLIS

PRÊMIOS RECEBIDOS

I° LUGAR DO CONCURSO DE MURAL INTERNO DA ESCOLA DE BELAS ARTES
VIAGEM DO CONCURSO DE POESIA E PINTURA DO SESI CAMACARI BA
AQUISIÇÃO DO CONCURSO POESIA E PINTURA DO SESI SALVADOR BA

OBRAS EM ACERVO

Galeria 13 – Pelourinho – Salvador
Família Riggenbach Geórgia USA
Mister Charles Howell Pensilvania USA
Cefet-Ba Uned Eunapolis
Fundação Gregório de Matos Salvador
Arquivo Wanda Svevo Fundação Bienal de São Paulo -S.P

Saudade

A saudade mata
A saudade maltrata
Trata mal
a saudade
Vê um pássaro
E voa
E pousa na vida de um
Doente terminal
Viaja por hospitais,
cemitérios, monastérios.
Casa a de adolescentes,
de poetas
a saudade é pomba
e voa ao mundo.
A saudade vai
as praias, as praças,
aos rios, aos bosques
aos shopings.
A saudade,
Busca o homem
Sozinho na praça
a mulher alegre.
O pipoqueiro
O sorveteiro
A saudade congela
Corações
demarca paixões
a saudade
mata,
maltrata
doe nos ossos,
doe na mente,
no coração,
A saudade
é cega
esfrega os olhos
de lagrimas
saudade,
é segunda feira
Doente,
Preguiçosa
Sem esperança
A saudade é morte certa.

Daniel Silva Gomes

PATOS VOANDO

PATOS VOANDO
ARTE WEB

REVOADA

REVOADA
ARTE WEB

GALINHAS 3

GALINHAS 3
ARTE WEB

GALINHAS2

GALINHAS2
ARTE WEB

GALINHAS1

GALINHAS1
ARTE WEB

A Natureza e Eu

A Natureza e Eu
Cahoeira da Pancada Grande Ba

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
SOU UM CARA OTIMISTA, ALEGRE DE BEM COM A VIDA...seja feliz

TAMIRES GENTE BOA TESSARO

TAMIRES GENTE BOA TESSARO
SAUDADES DO CEFET EUNÁPOLIS

DANIEL GOMES

DANIEL GOMES
TRABALHANDO NO PRIMEIRO TRABALHO DO LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL MESTRADO EM ARTES EBA UFBA

NELSON MAGALHÃES EM AÇÃO

NELSON MAGALHÃES EM AÇÃO
SALA DE PINTURA EBA UFBA

BANHEIRO DA EBA UFBA

BANHEIRO DA EBA UFBA
TRABALHOS DE NELSON MAGALHAES

LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL

LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL
EU E ARTE

DRA GRAÇA RAMOS EM AÇÃO COMO SEMPRE

DRA GRAÇA  RAMOS EM AÇÃO COMO SEMPRE
LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL

MEU NOVO TRABALHO E EU NA SALA DE PINTURA EBA UFBA 09

MEU NOVO TRABALHO E EU NA SALA DE PINTURA EBA UFBA 09
TRABLHO DO LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO TRIDIMENSIONAL MESTRADO EM ARTES COM DRA GRAÇA RAMOS

III EXPOSIÇÃO DE ARTES "NOSSAS AFRICANIDADES

III EXPOSIÇÃO DE ARTES "NOSSAS AFRICANIDADES
INSTALAÇÃO ( ALUNOS DO TI, E TE ) CEFET -EUNÁPOLIS

MESTRE DUDA

MESTRE DUDA
DUDA NA SALA DE GRAVURA UM GRANDE MESTRE DE TODOS OS ALUNOS DA EBA

COLHERES

COLHERES
TEC MISTA

MEU FILHO ESTUDANDO

MEU FILHO ESTUDANDO
GIGO AOS 11 ANOS

COLHER DE PAU

COLHER DE PAU
COLHER DE PAU PINTADA COM TEC. MISTA

MUTAÇÕES III

MUTAÇÕES III
XVIII SALÃO REGIONAL DE PORTO SEGURO

MUTAÇÕES II

MUTAÇÕES II
XVIII SALÃO REGIONAL DE PORTO SEGURO

MUTAÇÕES

MUTAÇÕES
XVIII SALAO REGIONAL DE PORTO SEGURO

II SALÃO BAIANO DE ARTES PLÁSTICAS-MAMBAHIA

II SALÃO BAIANO DE ARTES PLÁSTICAS-MAMBAHIA
a face oculta do terror

eu e a turma de 1993 da Eba

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Alessandra tiste

magalhaes e a esposicO

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enterrado vivo II

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tec mista c/ xerox

enterrado vivo IV

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tec mista e xerox

enterrado vivo III

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tec mista com xerox

enterrado vivo II

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enterrado vivo I

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a face oculta do terror

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colagem e materiais s/ duratex

peixe

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peixe

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acrilica s/ madeira recortada

peixe

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semi abstração

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o lago azul

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asa de borboleta

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rabo do pavão?

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a libelula

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janelas do mar

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minha face digitalizada

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eu no scanner

minha mão

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raquetes

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acrilica sobre raquetes de frescobol -outra face

raquetes

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