Daniel Artista Plastico

sábado, 23 de janeiro de 2010

ANICETO DO IMPERIO

Filho de Aniceto de Menezes e Silva e de Crispiniana Braga de Menezes da Silva.

Nasceu no Estácio e, como os pais separaram-se logo, foi criado inicialmente por Odete Pinheiro, na rua Maia de Lacerda, no mesmo bairro. Logo depois, passou a morar com dona Risoleta Arlói Vieira e mudou-se do Estácio, passando a residir sucessivamente em Encantado, Engenho de Dentro, Piedade, etc. Não foi por intermédio do pai e nem de Hilário Jovino, a quem chamava de tio, que ingressou no samba. Como o progenitor fosse muito rígido, Aniceto aproximou-se da mãe, com quem passou a viver. Esta, sim, era carnavalesca, tendo até formado uma escola de samba em sua casa, na Rua Grão Pará - a Escola de Samba Capricho do Engenho Novo, da qual Aniceto era diretor de harmonia.

FONTE:http://www.bercodosamba.com.br/bio_aniceto.asp

Veio Justiniano- Aniceto do Império

Velho Justiniano,

por que choras,

Se esforça para conter,

o teu pranto,

Não posso senhor,

eu não posso senhor,

Sou africano

Sofri muito desencantos,

Vocês me aconselham,

ignorando,

meus ancestrais,

sofreram por demais,

com ferro em brasa

os marcaram

como animais,

ate orelha

deceparam dos meus pais.

É a razão de lhes dizer:

Não posso senhor,

eu não posso senhor,

Sou africano

Sofri muito desencantos.

Dói demais...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vovó Joana

Minha Vó era filha de escravos, nasceu durante a vigência da lei do ventre livre, portanto, “livre”, tinha verdadeira paixão pela Princesa Isabel, era de São Felix.
Dona Joana como era conhecida lá por Cachoeira e São Felix andava com seu eterno xale negro de crochê, alias usou luto ate sua morte, não admitia nenhuma roupa que tivesse a predominância do branco, lembro-me quando comecei a trabalhar dei a ela uma peça de tecido branco e preto, ela ficou muito emocionada com o presente, mas não fez um vestido apenas guardou-o minha prima Gilcélia, alias professora Gilcélia, me explicou o porque e eu dei outra peça preta e branca, assim era Dona Joana.
Quando ela vinha pra Bahia, ou seja como ela chamava Salvador, ficava em nossa casa, na casa de Seu Felipe, meu pai, homem branco e apaixonado por ela que a chamava de Minha Velhinha e Dona Vicentina minha mãe e filha casula de Vovó.
Ela trazia os apetrechos para fazer charuto, a faquinha de sete tostões, o fumo enrolado em papel de jornal e as folha nobres para encapar o charuto, e a cola feita com resto de pão que nos deixávamos, sentava num tamborete atrás da porta da rua e ficava vendo o movimento as pessoas que passavam nós que não ficávamos quietos em nenhum instante, as pessoas educadas que a cumprimentava e as que não.
Certo dia estava ela e eu quando uma moça branca que passava pela nossa rua já a bastante tempo e que morava num ruas atrás da nossa na Barros Reis passou e nem olhou para ela, ela deixou a moça se afastar e me disse: ”tão orgulhosa e mal educada mas você viu a taboca do nariz? Ali tem” eu devia ter uns 11 anos e achava a moça bonita por causa dos olhos esverdeados e dos cabelos louros, fiquei decepcionado porque Vovó derrubara o mito da perfeição que essa moca tinha pra mim. Passei a observá-la desde então, e já não a achava tão bonita, e até magoado porque ela não falava conosco, só fui resgatá-la num futuro próximo quando fiquei adolescente, e um “moreno” de não se jogar fora então ela passou a me dar bola, mas seu nariz ano me deixou se aproximar.
Vovó era uma figura fantástica contava historias causos de meu avô que era tocador de viola e festeiro.
Mas esses causos são pra outra ocasião.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pobre cidade

Ando na cidade,
que tristeza...
as praças do meu passado,
Passam por mim e choram
As ruas lamentam
sob meus pés negros
minha solidão,
Os olhos de hoje,
são outros,
Os pássaros são outros,
A lentidão dos movimentos
Foi substituída
Pelos passos apressados,
Assustados,
O pipoqueiro envelheceu
Mas o aroma é o mesmo,
Não sou mais a criança
que bebia a seiva da vida,
Hoje bebo o fel da saudade.
Flutuo pela cidade,
de cima dos meus
cinqüenta e cinco anos
Arrependo-me
de não sorrido tanto,
de ter me fechado em copas,
Não ter deixado o peito aberto
Para os abraços,
De não ter explorado
cada espaço da cidade,
De não ter olhado
cada rosto,
Os rostos de que me lembro,
Mudaram,
mas ficaram congelados
Numa lembrança de juventude
Que a realidade desmente,
Os defeitos
foram acentuados pelo tempo.
De cima de minha idade
Não vejo muito futuro:
As crianças
que continuam a nascer,
Deveriam trazer
Um sopro de vida,
Mas trazem
o signo da morte,
Jovens são despedaçados
pelo consumo das drogas,
Negros são chacinados,
Nos becos e guetos da cidade.
Ah pobre cidade,
Teu povo
ainda sorri
apesar
das tragédias diárias
que tu vês
Ainda faz festa,
Chora
ao enterrar seus mortos,
Pobre de mim
Que fui descongelado,
e jogado
no teu seio,
cheio de lembranças velhas
e de saudades novas.
Pobre cidade!
como posso pinta-la
se tuas paisagens
foram modificadas,
Como posso
te cantar
se não tenho
palavras novas,
Se meu vocabulário
se esgotou em
outras paragens
Pobre de mim..
pobre de nós.


Daniel Silva Gomes

Fome de tudo

Nasci num tempo de fome
Nada matava minha fome
Nem o homem que eu matava
Nem a casa que invadia,
nem a despensa que saqueava,
nem a vingança que me dominava.
Nasci no tempo da fome,
no tempo da guerra
a terra tremia ,
sob meus pés
todos fugiam,
minha fome me perseguia,
quanto mais eu matava,
mais fomes tinha,
quanto mais me vingava,
do tempo de prisão,
mas matava,
meu pai, meu irmão,
matava minha mãe,
que me abandonara,
matava mães,
que não conhecia,
irmãs que não tinha,
tias que nunca vi,
avós que me virava o rosto na rua,
avôs que me espancava e cuspiam-me.
As latas de lixo, cansei de revirar,
Em busca do pão de cada dia,
Usava roupas que não me cabiam.
Abaixava em subserviência,
na ausência de quem me apoiava,
fui queimado dormindo na rua,
espancada em cada esquina,
tenho fome de governo,
fome de senado,
fome de quartel,
quantos soldados me satisfarão a gula?
Nasci na senzala da fome em pleno
ano2000.

Daniel Silva Gomes

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O barco da fome

Ninguém viaja sozinho
Num barco à noite,
O céu oferece as estrelas
O mar oferece os peixes
O vento manda mensagens
Da mente
As lembranças o acompanham
O risco do barco no mar
Deixa as pistas
Deixam tristes
Os homens no cais,
As mulheres nas camas
As crianças na areia.
Ninguém viaja só
Num mundo cheio de dor,
Num mundo cheio de amor,
A dor acompanha
O mundo
O amor acompanha a guerra
E terra sofre
E as mulheres sofrem
a perda do dom da vida
os homens
o dom de procriar.
Ninguém viaja sozinho
Pela morte, nem pro norte
As crianças famélicas
Do mundo viajam com ele,
O pão é repartido,
As dores divididas,
E ele segue
E o mundo segue
Todos com uma fome de futuro
Todos com o medo
Da fome que virá
Todos solitários em sua barracos,
Seus acampamentos
Suas aldeias, suas vilas
Suas vidas.
Todos com medo de ser forçados
A comer seus filhos
Pra matar a fome do mundo
A fome de um mundo
Que derrete em seus dedos.
Ninguém viaja sozinho
No mar da fome que vem por ai,
Nem os políticos,
Nem os pacíficos
Ninguém.
Só eu que poetizarei
E morrerei
Empanzinado de palavras
Loucuras e sonhos.



Daniel Silva Gomes
03/05/2008

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A FALTA DE PESO DO TEMPO

A falta de peso do tempo
Sinto que meu rosto está velho de forma trágica
Minha idade colou no meu rosto de forma mágica
Meus sorriso ainda está no meu rosto de forma púdica
Meus olhos me olham no espelho de forma irônica
Cadê aquele homem que eu era?
Aquele menino que eu fora?
Aquele colosso de ossos?
Eu fui substituído por outro homem
Um gordo com ossos coberto
Por musgos
Flácido no rosto, menos tímido
Mais desavergonhado,
Um velhinho sem respeito
Pelos limites do tempo
Falo o que me vem à cabeça
Olho nos outros olhos
Com mais intensidade
Não me calo com facilidade
Meu medo se foi com o tempo.
Meus filhos cresceram,
Ficaram mais bonitos
Minha mulher radiou ainda mais
Segura a minha mão
E anda comigo...
No meu caminho de ida sem volta
Sinto que meu rosto está velho
de forma mágica
Minha idade colou no meu rosto
de forma trágica
Mas ainda consigo sorri e gargalhar como criança.

Daniel Silva Gomes

PATOS VOANDO

PATOS VOANDO
ARTE WEB

REVOADA

REVOADA
ARTE WEB

GALINHAS 3

GALINHAS 3
ARTE WEB

GALINHAS2

GALINHAS2
ARTE WEB

GALINHAS1

GALINHAS1
ARTE WEB

A Natureza e Eu

A Natureza e Eu
Cahoeira da Pancada Grande Ba

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
SOU UM CARA OTIMISTA, ALEGRE DE BEM COM A VIDA...seja feliz

TAMIRES GENTE BOA TESSARO

TAMIRES GENTE BOA TESSARO
SAUDADES DO CEFET EUNÁPOLIS

DANIEL GOMES

DANIEL GOMES
TRABALHANDO NO PRIMEIRO TRABALHO DO LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL MESTRADO EM ARTES EBA UFBA

NELSON MAGALHÃES EM AÇÃO

NELSON MAGALHÃES EM AÇÃO
SALA DE PINTURA EBA UFBA

BANHEIRO DA EBA UFBA

BANHEIRO DA EBA UFBA
TRABALHOS DE NELSON MAGALHAES

LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL

LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL
EU E ARTE

DRA GRAÇA RAMOS EM AÇÃO COMO SEMPRE

DRA GRAÇA  RAMOS EM AÇÃO COMO SEMPRE
LABORATORIO DE INVESTIGAÇÃO BIDIMENSIONAL

MEU NOVO TRABALHO E EU NA SALA DE PINTURA EBA UFBA 09

MEU NOVO TRABALHO E EU NA SALA DE PINTURA EBA UFBA 09
TRABLHO DO LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO TRIDIMENSIONAL MESTRADO EM ARTES COM DRA GRAÇA RAMOS

III EXPOSIÇÃO DE ARTES "NOSSAS AFRICANIDADES

III EXPOSIÇÃO DE ARTES "NOSSAS AFRICANIDADES
INSTALAÇÃO ( ALUNOS DO TI, E TE ) CEFET -EUNÁPOLIS

MESTRE DUDA

MESTRE DUDA
DUDA NA SALA DE GRAVURA UM GRANDE MESTRE DE TODOS OS ALUNOS DA EBA

COLHERES

COLHERES
TEC MISTA

MEU FILHO ESTUDANDO

MEU FILHO ESTUDANDO
GIGO AOS 11 ANOS

COLHER DE PAU

COLHER DE PAU
COLHER DE PAU PINTADA COM TEC. MISTA

MUTAÇÕES III

MUTAÇÕES III
XVIII SALÃO REGIONAL DE PORTO SEGURO

MUTAÇÕES II

MUTAÇÕES II
XVIII SALÃO REGIONAL DE PORTO SEGURO

MUTAÇÕES

MUTAÇÕES
XVIII SALAO REGIONAL DE PORTO SEGURO

II SALÃO BAIANO DE ARTES PLÁSTICAS-MAMBAHIA

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a face oculta do terror

eu e a turma de 1993 da Eba

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Saudades Exposição retalhos tao pequenos de nós dez(casa do Comercio SSA

eu e a turma de 1993 da Eba

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Alessandra tiste

magalhaes e a esposicO

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Bem vindos

OI PESSOAL. BEM VINDO AO MEU BLOG, TEM ARTES PALSTICAS TEXTOS, QUE EU ESCREVO, E GOSTARIA QUE VOCES COMENTASSEM PARA QUEM SABE EU PIORAR AINDA MAIS...

enterrado vivo II

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peixe

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